Quando temos um primeiro encontro com Jesus, Ele nos pega no colo, nos ama, nos perdoa e sara nossas feridas.
E depois?
Depois de um tempo vivenciando essa experiência que nos leva à conversão, percebemos que já não estamos mais no colo, mas sim dando nossos primeiros, pois Jesus quer nos ensinar a caminhar na fé. Começamos a conhecer os mandamentos da Igreja, a vida dos santos, a ganhar estrutura e nosso primeiro amor passa de mero sensacionalismo para um amor maduro e duradouro.
SIM à vontade de Deus
É preciso entender que quando alguém morre para o mundo e para uma vida velha é preciso dar início a uma nova vida, é um novo nascimento e ninguém nasce andando!
E isso é algo muito importante para lembrarmos de uma vivência em comunidade, pois percebemos com o passar dos anos que tudo aquilo que passamos no começo já não acontece mais com tanta frequência, sejam os arrepios, a emoção, as lágrimas entre outras reações particulares que sentimos ao toque de Deus.
Mas com o decorrer do tempo vem muita frieza, desânimo e falta de vontade até mesmo de orar; as coisas que você fazia no começo com tanto empenho e dedicação, alguns anos depois necessitam de um esforço maior, de uma entrega maior pois já não é tão “fácil” como antes.
Foi nesse momento que o Senhor me incomodou: “Não fostes vós quem me escolhestes, ao contrário, eu é quem vos escolhi (João 15, 16).
Decisão
Naquele momento, eu precisei tomar uma decisão: a decisão daquele que um dia foi encontrado pelo Amor, e hoje mais uma vez é livre para permanecer ou ir embora, mesmo sabendo das misérias, falhas, erros de cada irmão de comunidade, nosso olhar é sempre voltado para Aquele que nos encontrou e nos escolheu.
Uma vida consagrada não olha para si apenas, mas olha a si mesmo no outro, encontra no outro as próprias misérias, as próprias falhas e faltas, e isso nos molda na virtude da humildade. Santa Catarina de Sena no ensina: “Não obrigues ninguém a viver como tu vives!”.
Vida em Comunidade
Cada Comunidade tem um carisma e esse é o responsável por gerir, nutrir e direcionar a Comunidade e seus membros: é um dom do Espírito Santo dado à Comunidade e aos membros, servos que fazem parte desta.
O Carisma da Missão Mensagem de Paz, por sua vez, é de levar a paz aos corações e, segundo nosso estatuto, “devemos estar atentos a toda situação de injustiça ao nosso redor e reverte-las em justiça, viver plenamente o senhorio de Jesus e suas consequências, sendo assim, servo e escravo de nosso Senhor. Do coração da Comunidade deve-se brotar o perdão, a compreensão e a reconciliação, para que como Cristo, possamos transmitir essa Paz” (p. 12).
E as renúncias?
Para que eu fizesse parte dessa Comunidade, precisei renunciar o meu trabalho na época e entender que uma vida que busca o senhorio de Jesus se sacrifica todos os dias para viver aquilo que São Paulo nos ensina “já não sou eu quem vivo, mas é Cristo quem vive em mim”.
Precisamos diariamente matar a nossa carne, a nossa vontade e muitas vezes nossos sonhos, para viver os sonhos e os planos de Deus.
Tive que renunciar também algumas pessoas que passaram na minha vida. No início eu não compreendia, mas depois de um tempo pude entender. Hoje estou noivo e vou me casar com a mulher que o Senhor queria ao meu lado e temos um grande testemunho de como iniciamos esse sonho e que estamos para realizar ainda esse ano de 2019: um sonho que veio do coração de Deus!
Tenho uma certeza em meu coração: eu e minha casa serviremos ao Senhor, levando Paz aos corações!
Anderson Martins, membro discípulo da
Comunidade de Vida e Aliança Missão Mensagem de Paz.
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