No dia 22 de julho, a Igreja celebra em todo o mundo a Festa de Santa Maria Madalena, a discípula da ressurreição.

Fidelidade recompensada

Santa Maria Madalena é uma figura um tanto incompreendida e, às vezes, até confundida com outras Marias das Sagradas Escrituras. Apesar de tudo isso, encontramos em sua história, um discipulado marcado pela fidelidade Àquele que mudou sua vida.

Tal fidelidade e amor a Jesus, fizeram com que Maria Madalena não se deixasse convencer pelo túmulo vazio como última resposta. Ela sabia que algo havia acontecido e por isso permanecia irredutível. Com a Santíssima Virgem e São João, ela permaneceu aos pés da Cruz do Senhor e foi recompensada ao ser a primeira a ter contato com Aquele mesmo Jesus, mas agora vitorioso sobre à morte.

Para bem celebrarmos esse dia, meditemos com uma antiga homilia do papa São Gregório Magno sobre esse belíssimo episódio da ressurreição de Nosso Senhor:

Santa Maria Madalena

Das Homilias sobre os evangelhos, de São Gregório Magno, papa
(Hom.25,1-2.4-5:PL 76,1189-1193)
(Séc.VI)

Sentia o desejo ardente de encontrar a Cristo, que julgava ter sido roubado

Maria Madalena, tendo ido ao sepulcro, não encontrou o corpo do Senhor. Julgando que fora roubado, foi avisar aos discípulos. Estes vieram também ao sepulcro, viram e acreditaram no que a mulher lhes dissera. Sobre eles está escrito logo em seguida: Os discípulos voltaram então para casa (Jo 20,10). E depois acrescenta-se: Entretanto, Maria estava do lado de fora do túmulo, chorando (Jo 20,11).

Este fato leva-nos a considerar quão forte era o amor que inflamava o espírito dessa mulher, que não se afastava do túmulo do Senhor, mesmo depois de os discípulos terem ido embora. Procurava a quem não encontrara, chorava enquanto buscava e, abrasada no fogo do seu amor, sentia a ardente saudade daquele que julgava ter sido roubado. Por isso, só ela o viu então, porque só ela o ficou procurando.

Na verdade, a eficácia das boas obras está na perseverança, como afirma também a voz da Verdade: Quem perseverar até o fim, esse será salvo (Mt 10,22).

Ícone de Santa Maria Madalena

Ela começou a procurar e não encontrou nada; continuou a procurar, e conseguiu encontrar. Os desejos foram aumentando com a espera, e fizeram com que chegasse a encontrar. Pois os desejos santos crescem com a demora; mas se diminuem com o adiamento, não são desejos autênticos. Quem experimentou este amor ardente, pôde alcançar a verdade. Por isso afirmou Davi: Minha alma tem sede de Deus, e deseja o Deus vivo. Quando terei a alegria de ver a face de Deus? (Sl 41,3). Também a Igreja diz no Cântico dos Cânticos: Estou ferida de amor (Ct 5,8). E ainda: Minha alma desfalece (cf.Ct 5,6).

Mulher, por que choras? A quem procuras? (Jo 20,15). É interrogada sobre o motivo de sua dor, para que aumente o seu desejo e, mencionando o nome de quem procurava, se inflame ainda mais o seu amor por ele. Então Jesus disse: Maria (Jo 20,16). Depois de tê-la tratado pelo nome comum de mulher sem que ela o tenha reconhecido, chama-a pelo próprio nome. Foi como se lhe dissesse abertamente: Reconhece aquele por quem és reconhecida. Não é entre outros, de maneira geral, que te conheço, mas especialmente a ti. Maria, chamada pelo próprio nome, reconhece quem lhe falou; e imediatamente exclama: Rabuni, que quer dizer Mestre (Jo 20,16). Era ele a quem Maria Madalena procurava exteriormente; entretanto, era ele que a impelia interiormente a procurá-lo.

Santa Maria Madalena, rogai por nós, para que sejamos dignos das promessas de Cristo!

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