Nesta Quarta-feira Santa, somos convidados a mergulhar num dos momentos mais delicados da Paixão: a traição silenciosa de Judas.

É impressionante como, em meio a um clima aparentemente comum — uma ceia, amigos reunidos, gestos de fraternidade —, o coração de um deles já havia se fechado. Judas havia negociado o Mestre por trinta moedas de prata.
“O Filho do Homem vai morrer, conforme dizem as Escrituras a respeito dele. Contudo, ai daquele que trair o Filho do Homem! Seria melhor que nunca tivesse nascido!” (Mt 26,24)
A liturgia de hoje não nos apresenta apenas um traidor — nos apresenta um espelho.
A pergunta que ecoa no Evangelho é feita por todos os discípulos. Mas é mais do que uma pergunta… é um confronto de consciência: “Sou eu, Senhor?”.
Quando a traição deixa de ser óbvia…
Nem sempre trocamos Jesus por moedas, mas às vezes por distrações, vaidades, ou até por medo de carregar a cruz. Quantas vezes O deixamos sozinho na oração, nas escolhas, nos testemunhos que deixamos de dar?
Judas não era um estranho. Era alguém íntimo. Estava dentro do grupo. Ele conhecia o tom da voz de Jesus, o cheiro de Suas vestes, o ritmo do Seu caminhar. E mesmo assim… escolheu o distanciamento.
Hoje é dia de decisão
A Quarta-feira Santa não nos chama ao desespero, mas à conversão. Ainda há tempo. O mesmo Jesus que antevê a traição, também antecipa o perdão. A mesa está posta. E Ele ainda deseja cear conosco.
Dicas para viver bem essa Quarta-feira Santa:
- Leia e medite Mateus 26,14-25 em silêncio.
- Reze um terço pedindo o dom da fidelidade.
- Faça um exame de consciência e, se possível, procure o sacramento da confissão.
- Ouça músicas como “Vou Voltar” (Davidson Silva) ou “Tudo é do Pai” (Banda Dom).
- Leia livros como “A Imitação de Cristo” (Tomás de Kempis) ou “Vida e Paixão do Cordeiro de Deus” (Anna Catarina Emmerich).


Deixe um comentário